São Paulo - Em pouco mais de um ano, a seleção brasileira feminina de handebol deixou o status de zebra para trás e assumiu a condição de sensação nas competições internacionais. Essa nova realidade adquiriu mais força depois da Olimpíada de Londres, na qual o Brasil caiu diante da campeã Noruega nas quartas de final pelo apertado placar de 21 a 19. O sonho da medalha olímpica ainda terá de esperar mais um pouco, mas o crescimento da equipe é motivo de orgulho para o técnico dinamarquês Morten Soubak, que está à frente do grupo do Brasil desde 2009. ''Tivemos uma evolução física muito grande, ficamos mais resistentes e mais fortes. Além disso, conseguimos jogar com mais uma defesa'', analisa.
Agora, o gostinho de quase chegar lá passa a ser usado como estímulo na caminhada pelo pódio nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio. E o treinador esbanja confiança em seu discurso. ''Eu acredito e tenho certeza de que teremos uma equipe competitiva na próxima Olimpíada e com capacidade para ganhar uma medalha'', avisa Soubak.
Para o novo ciclo olímpico, a seleção feminina manterá o convênio firmado com o clube austríaco Hypo, que possui oito atletas do Brasil convocadas para os Jogos de Londres em seu elenco, e tentará incluir mais meninas que atuam em times brasileiros. A realização de treinos e amistosos com dois grupos distintos está dentro do planejamento de aumentar as atividades da seleção em 2013, que hoje tem de se preocupar com o calendário europeu.
Essa medida visa atrair e envolver novas jogadoras para formar um grupo equilibrado e consistente em quatro anos. ''Temos no Brasil muitas meninas jovens com potencial para chegar longe no handebol, mas é preciso fazer um investimento individual nelas. Comparando com o handebol feminino na Europa, ainda estamos bem longe'', avalia Soubak.
O treinador aponta que, assim como no futebol, o continente europeu possui ligas nacionais muito fortes e niveladas. O que não acontece no Brasil, onde a disparidade é muito grande. ''É uma questão de aumentar o número de clubes e o nível das equipes para que nós possamos competir em um patamar mais alto'', explica Soubak.
Para Soubak, ainda falta profissionalização no Brasil e muitas jovens jogadoras encerram a carreira até mesmo por falta de instalações adequadas para o handebol. ''É necessário que a gente tenha mais investimento no Brasil inteiro. E pode ser feito em qualquer lugar, escolas, faculdades ou clubes. O importante é que o handebol cresça'', afirma o treinador.
Agência Estado